Running out of time

Sim, as vezes dá medo de ficar sozinha. Dá medo de chegar em casa e não ter ninguém pra contar como foi o dia. De não ter ninguém pra contar aquela piada sem graça. De não ter ninguém ao lado pra comentar sobre a cena tosca da novela. De não ter ninguém em quem dar um abraço apertado. Sim, eu não sei viver sozinha. Sim, as vezes eu me sinto sozinha. Não, eu não faço nada a respeito. Fico inerte pelo simples fato que muitas vezes me sinto sozinha mesmo quando estou rodeada de amigos. Sozinha não preciso fingir. Não preciso segurar as lágrimas. Não preciso dizer que está tudo bem quando não está. Não preciso evitar a pena alheia.



Sim, eu sei que a culpa é minha. Eu sei que as vezes me acho forte o suficiente para suportar. Sim, muitas vezes eu tenho preguiça e tantas outras eu tenho medo. Muitas vezes me confundo com o conflito interno entre razão e emoção. Muitas vezes não sei o que fazer. Muitas vezes tudo que eu desejo é que me abracem e digam que vai ficar tudo bem. Sem perguntas, sem inquietações. Sem responsabilidades. Não eu não tenho muitos problemas, nem dificuldades. Não, eu não devia estar chorando agora. Mas é que a escuridão da noite amplia meus medos. Sim, eu estou sendo dramática. Eu sempre sou quando fico absorta nas altas horas. Eu culpo a noite, o passar das horas. O tic tac do relógio as vezes me hipnotiza. E tudo que eu consigo pensar é no quanto quero todos vocês ao meu lado.